Publicações

A transmissão da psicanálise exige do analista uma produção escrita que diga de sua implicação com o campo psicanalítico. O trabalho de escrever é o traçado dos resíduos que se depositam, testemunhando o percurso de cada um em sua formação.

A Revista do Ato Freudiano, criada em 2005, é o registro dessas elaborações.

Revistas

  • Revista n.0: Documentos Institucionais (2005)
  • Revista n.1: Escrita: um passo na formação (2006)
  • Revista n.2: O Pai, o Desejo e a Escritura (2007)
  • Revista n.3: 15 anos do Ato Freudiano: a escrita de um percurso (2008)
  • Revista n.4: Circuitos do Desejo (2009)
  • Revista n.5/6: Nominação Escola: Os eixos da subversão psicanalítica (2011)
  • Revista n.7: O Campo Lacaniano (2012)
  • Revista n.8: Traduções (2020)
Revista n.0: Documentos Institucionais (2005)

Circulação Interna – Esgotada

O saber em psicanálise não é qualquer um: deve ser construído… Inventado, que algo reste como produto. Nesta direção, construímos ao longo destes onze anos o Ato Freudiano, acreditando ser esta a aposta psicanalítica na intensão e extensão. Os escritos voam e em sua circulação algo pode se transmitir sem as fascinações do jogo especular. O que se deseja é que esta primeira publicação inscreva o compromisso do Ato Freudiano no constante debate acerca da formação do analista.

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ATA 1993: p. 6-7

“ATO FREUDIANO – Grupo de Trabalho Intercartéis de Juiz de Fora funda-se como espaço de transmissão da Psicanálise, reafirmando, em sua proposta associativa, os princípios enunciados por Jacques Lacan.”

ATA DE 2003: p 8-12

“Ato Freudiano afirma-se como um lugar de transmissão e ensino da psicanálise em Juiz de Fora, ratificando seu compromisso com um projeto de trabalho para a comunidade.”

O que marca a entrada na Escola?
– Gláucia da Silva Pinheiro: p. 13-19

“Inicio colocando uma questão, esta que dá título a minha produção: o que marca a entrada na Escola? … Sendo a Escola um fundamento, lugar de transmissão, de trabalho, torna-se uma exigência que o analista esteja também neste outro lugar.”

O lugar ético da transferência na transmissão: a experiência de um desvio
– Orris Ricardo Canedo de Almeida e Eliane Ribeiro Guerra: p. 21-56

“A transmissão da psicanálise é assunto hoje, corre a boca pequena em nosso meio. Os significantes lacanianos escola, transmissão, cartel, passe, garantia circulam com extrema facilidade e intimidade no nosso tempo … Necessário parece, nesses tempos ‘pós-lacanianos’, voltar aos fundamentos da formação do analista.”

Um trabalho em direção à Escola
– Maria do Carmo Motta Salles: p.27-32

“Inicio este texto com uma interrogação: um trabalho em direção à Escola ou o trabalho da Escola em direção ao um? É justamente um ponto de enlace entre a psicanálise em intensão e extensão que pretendo articular. Para tal, recorro a alguns elementos apontados por Freud na Psicologia das Massas e a algumas indicações de Lacan no seminário sobre a identificação.”

Uma breve reflexão sobre as formações
– Norma J. Abrão: p.33-38

“Para iniciar, uma importante citação de Freud, em seu texto sobre A História do Movimento Psicanalítico, de 1914:” Na compreensão da análise, cada indivíduo é limitado por seus próprios recalcamentos (ou antes, pelos recalcamentos que os sustentam de modo que não podem ir além de i, certo ponto em relação com a análise.

Não Pode Haver Crise da Psicanálise: Uma entrevista de Jacques Lacan
– Tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida: p. 39-50

Revista n.1: Escrita: um passo na formação (2006)

Escrita: um passo na formação – R$ 15,00

A psicanálise nos ensina, desde Freud e a radicalidade do conceito de inconsciente por ele introduzido, que o saber é sempre marcado pela falta. O não-todo que a experiência da análise evidencia convoca a um trabalho de fazer cair o ideal, que se apresenta como resistência à experiência possível da escrita. O ensino da psicanálise é transmitido somente de um sujeito a outro, através de uma transferência de trabalho: é preciso que este saber se faça circular. Em 2005, lançamos nossa revista nº 0, uma aposta do Ato Freudiano no lugar da escrita como um dos vetores fundamentais na formação do psicanalista. A revista número 1 é a confirmação desta intenção, realizando a passagem para uma comunidade mais ampla de trabalho, da elaboração das questões que são suscitadas em cada analista em seu encontro com o real da prática. É para a experiência da escrita que aponta o legado de Freud e, no ano em que comemoramos os 150 anos de seu nascimento, a possibilidade deste trabalho é a razão mais sólida para a existência de uma revista de psicanálise. Como diz Lacan: “nenhum aparato doutrinário, e especialmente o nosso, tão propício quanto possa ser à direção do trabalho, pode prejulgar as conclusões que serão seu resto”.

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A (Nó)ção de Suplência: p. 9-15
Vera Vinheiro – Psicanalista, Escola Letra Freudiana, Rio de Janeiro/ RJ

“O ponto de partida desse estudo será o Seminário 4, de Lacan, A relação de objeto e as estruturas freudianas (1956-57). Neste seminário, Lacan critica a teoria das relações de objeto sustentada na época e afirma que Freud não se preocupava com o objeto, mas com a ´falta de objeto`. Esta falta não tem nada a ver com frustração. Trata-se de uma renúncia que implica, desde a origem, a lei do Pai, pois entre mãe e o filho há um terceiro termo, imaginário, cujo papel significante é mais importante, ´o falo`.”

A posição do narrador: na circulação do significante, o advento da verdade: p17-23
Lilian Freire – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG p 17-23

“Em seu seminário sobre A Carta Roubada, de 1956, Lacan trabalhou o tema ´circulação do significante`, tendo como eixo as posições ocupadas pelos personagens deste conto de Edgar Allan Poe. Nosso tema é o Narrador, o personagem sem nome que traz a público, através de sua narrativa. A verdade simbólica de cada um dos personagens, revelada pela posição ética que escolhem ocupar”.

A repetição pela via do brincar: p 25-31
Vânia Sá de Carvalho – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

“Na psicanálise com crianças existe uma particularidade: a criança brinca, de forma continuada. Por que a criança brinca? (…) o próprio jogo já revela a posição da criança, tornando-se uma via privilegiada de construção criativa do sujeito e de sai entrada na ordem simbólica e na cultura”.

Ato analítico: uma operação temporal: p. 33-40
Maria do Carmo Motta Salles – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

“ (…) As implicações de tempos distintos que se enlaçam em uma operação da estrutura afetam o desejo na sua articulação discursiva e revelam o seu traçado. A lógica do ato aponta que início e fim estão ligados ao real da experiência analítica e que o ato é inaugural da emergência do sujeito. Assim, se há no ato algo de ruptura e transgressão, sua raiz pode ser lida a partir do imperativo ético freudiano – Wo Es war, soll Ich werden.”

Da enunciação da verdade ao saber que circula: p. 41-46
Suréia Iásbeck de Oliveira – Psicanalista, Ato Freudiano – Juiz de Fora/MG

“Tudo o que se pensava sobre verdade e saber pertencia ao campo do conhecimento e da completude. Freud, em seu ato – a invenção do inconsciente – vem romper com este campo, enunciando a lógica do não-todo, o que confere à verdade um estatuto de parcialidade e, ao saber, o de insabido. E isso nos leva a discernir que, para a psicanálise, a verdade é a verdade da castração e o saber é da ordem do impossível.”

Ninguém quer saber d´isso: p. 47-53
Paulo Becker – Psicanalista, Escola Letra Freudiana, Rio de Janeiro /RJ

“O que se pretende apresentar é pertinente a um campo de análise de discurso, como o elemento a mais que a psicanálise acrescenta a este campo. Esse a mais já se faz sentir na própria concepção de discurso. Mais além do conteúdo e das significações, da própria linguagem enquanto o habitat do animal falante, interessa fazer aparecer a estrutura da língua mesma e o desejo que circula no seu tecido, a sua relação com o gozo, os elementos materiais que ela opera. Segundo Lacan, são quatro estes elementos> o sujeito, o poder, o saber e o gozo.”

O lugar do cartel na instituição: p. 55-60
Wania de Almeida Barbosa – Psicanalista, Ato Freudiano – Juiz de Fora/MG

“Este trabalho apresenta-se como uma primeira resposta à questão surgida a partir do texto de Brigitte Lemérer, Mathesis falha e comunidade analítica, onde são articulados os temas da Escola e do cartel. O que adveio como questão refere-se ao lugar do cartel na instituição, sob a seguinte formulação: seria o cartel o Mais-Um da Escola? Em outras palavras, teria o cartel, na Escola, a mesma função que o Mais –Um no cartel?”

O novo alcance do inconsciente e o debate sobre a causa: p. 61-67
Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, Ato Freudiano – Juiz de Fora/MG

Em 1960, no colóquio de Bonneval, Lacan realizou a verificação dos descaminhos e seu ensino, a partir das elaborações teóricas de seus alunos mais próximos. Seu escrito Posição do Inconsciente, de 1964, é uma resposta ao que ele denominou de intervenções irresponsáveis sobre o inconsciente freudiano, que o haviam reduzido a uma concepção imaginária. (…) É um momento de ruptura em que o avanço conceitual é a maneira de deixar-se levar pela letra de Freud.”

Psicanálise na sociedade contemporânea e as respostas ao mal-estar de existir: p. 69-75
Mayra Júnea Emídio – Psicanalista, Ato Freudiano – Juiz de Fora/MG

“A cultura contemporânea é baseada em dois pilares: em um sistema econômico chamado capitalismo e em um saber específico intitulado ciência, formando, assim, o que se chama sociedade de consumo. Neste contexto, o discurso capitalista acena com a promessa de felicidade que reside nos objetos de consumo e a ciência, por sua vez, garante a descoberta de um remédio para todos os males do sujeito. (…) A partir desse raciocínio da ciência, o que faríamos com a causalidade psíquica? E o sujeito, deveríamos foracluí-lo?”

Que manejo clínico a inibição exige? : p. 77-81
Graça Curi e Lícia Mara Dias – Psicanalistas, Aleph: Escola de Psicanálise – Belo Horizonte/MG

“O termo inibição aparece precocemente na obra de Freud como uma função estruturante do aparelho psíquico. (…), o que vai ser inibido são as moções pulsionais que sinalizam o que é da ordem do desejo. (…) Na inibição, o apelo ao corpo funciona como anteparo à dimensão real da causa”.

Sobre o tratamento possível do autismo: p. 83-95
Elisa Carvalho de Oliveira – Psicanalista, Escola Letra Freudiana – Rio de Janeiro/RJ

“Neste trabalho, serão apresentados alguns fragmentos do caso clínico de uma criança autista que, aos cinco anos, iniciou o tratamento analítico. O estado em que a paciente se encontravam inicialmente, era muito grave, sendo-lhe somente possível emitir sons e gritos indiferenciados, os quais, por sua vez, caíam no vazio, com muito poucas condições de estabelecimento de qualquer laço com o Outro”.

Um comentário sobre a transferência: p. 97-102
Tissiana Camargo de Gouvea – Psicanalista, Ato Freudiano – Juiz de Fora/MG

“Ao escritor russo Vladimir Nabokov atribui-se a formulação do seguinte questionamento a respeito da psicanálise: por que eu deveria tolerar um estranho à cabeceira da minha mente?

Uma leitura da ética da psicanálise frente a outros discursos: p. 103-108
Clara Jaeger – Psicanalista, Ato Freudiano – Juiz de Fora/MG

“O que despertou o interesse pela escrita deste trabalho foi uma observação a respeito do funcionamento de alguns discursos éticos na coletividade, sejam eles, o religioso, o científico e o político, inseridos no atual cenário internacional. O que se constata na sociedade contemporânea nos remete àquilo que é estrutural do sujeito aos ouvidos da psicanálise”.

SESSÃO DOCUMENTOS

Sigmund Freud e a cultura: um enlace de 150 anos: p. 111

Correspondência entre Freud e André Breton: p. 113-117
Tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Lacan na América Latina: p. 119

Abertura do Encontro de Caracas – Jacques Lacan: p. 121-124
Tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Revista n.2: O Pai, o Desejo e a Escritura (2007)

O Pai, o Desejo e a Escritura – R$ 15,00

O Ato Freudiano publica o nº II de sua revista e reafirma o lugar da escrita na formação do analista. A escrita, como precipitação dos restos que circunscrevem o real da experiência, articula o que é do campo da intensão e da extensão, fazendo valer a via aberta por Freud, ancorada no saber do inconsciente. Esta publicação é efeito da direção de trabalho do Ato Freudiano no sentido de tornar operante um ensino que traga as condições de garantia que a formação exige.

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PARTE I: O cartel na formação do analista

Abertura da Jornada de Cartéis 2006: p. 11-12
Suréia Iásbeck – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

“A comissão de cartéis abre esse espaço para que venham a público os restos, como efeito do trabalho da psicanálise em cada um de nós. Para que servem estes restos? Lacan nos indica um lugar para depositá-los, um lugar onde possam nos servir como esterco, causa para o ensino e a transmissão.”

Die Verneinung: uma operação da interpretação freudiana: p 13-18
Jorge Lossano Villaça – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Trata-se de uma abordagem sobre uma operação que possibilita a interpretação analítica, a partir de uma asserção ou asseveração, feita a paciente, conforme assinalado no primeiro parágrafo do texto freudiano

Comentário a partir da experiência de um “não-cartel”: p 19-22
Clara Jaeger – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Este texto constitui uma elaboração da experiência de cartel na instituição Ato Freudiano. Trata-se daquilo que precisa ser posto a público, efeito de uma função mais-um que de alguma forma operou.

Sobre o cartel e a escrita: uma articulação com o desejo: p. 23-28
Tissiana Camargo de Gouvea – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Para que restaure a verdade freudiana, Lacan propõe que sua Escola tenha como órgão de base o dispositivo do cartel. Sustentado na articulação entre intensão e extensão, esse dispositivo subverte o dado de estrutura, relacionado ao ideal do eu, segundo o qual os indivíduos tendem a se reunir em torno de um líder, e convoca o sujeito a trabalhar a partir de sua própria divisão.

Do Cartel: possíveis efeitos e produto: p. 29-32
Wania de Almeida Barbosa – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

A escrita coloca-se como um passo fundamental na formação do analista e sendo o cartel o órgão de base da Escola deve-se estabelecer seu lugar neste dispositivo, interrogando se ela equivaleria ao que Lacan propõe como “produto próprio de cada um”.

O cartel como dispositivo de passagem: do ensino à transmissão: 33-36
Lilian Freire – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

O cartel é prova de engajamento à psicanálise? Reflexões acerca do funcionamento do cartel, e seus efeitos na instituição, permitem considerar que o cartel é o lugar privilegiado para por à prova o retorno a Freud, verificar o trabalho empreendido na instituição e denunciar os desvios que sofre a psicanálise.

PARTE II: O pai, o Desejo e a Escritura

A inscrição da falta e o advir enquanto sujeito: p 39-43
Silvânia Marques Motta – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

A falta do sujeito alienado na linguagem, submetido que está à Lei do Nome-do-Pai, nos aponta a questão do desejo e de seu aparecimento na clínica, pelo manejo do analista – (S.s.S) – na direção da cura, possibilitando o advir enquanto sujeito do final de análise e a inscrição da falta.

Nome do pai e Escritura: um comentário: p45-48
Norma Abrão – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

O artigo parte da referência ao saber psicanalítico para evocar princípios que asseguraram a singularidade da sua descoberta. Isto convoca cada analista ao dever, e à responsabilidade permanente de situar-se neste campo.

O que em uma análise se inscreve?: p. 49-54
Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

No seminário Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, Lacan faz uso de um pequeno apólogo que descreve de maneira ficcional o que ocorre na realidade da análise. Nesta alegoria, trata-se de pensar a as questões referentes ao que opera do processo analítico, onde a escritura é o que se traça, se inscreve, como efeito discursivo.

O passe de Lacan: p. 55-60
Maria do Carmo Motta Salles – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Esse trabalho parte do passo dado por Lacan no seminário Os nomes do Pai e dos desdobramentos que se seguiram desde a fundação da Escola à formulação do dispositivo do passe em 1968, articulados ao recomeço que é inaugurado em 1973 no seminário Os não-tolos erram.

O esteio da lei: p. 61-66
Zulmira de Medeiros Nascimento Buzan – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Percorrendo algumas pontuações na obra de Lacan para destacar seu caminho do Mito à Estrutura, pretendo assinalar a questão da Castração do Outro em seu seminário Nomes do Pai e sua relação com o esteio da Lei.

A partir do totem: p. 67-69
Samira Marinho Bara – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

A partir da experiência do inconsciente, o lugar do Totem pode ser melhor precisado na estruturação psíquica e o estatuto da representação, aí articulado, expressa sua origem vazia.

O pai como operador estrutural: p. 71-75
Suréia Iásbeck – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Este texto pretende trabalhar o lugar do pai, destacando a passagem do mito à estrutura.

O pai e a transmissão: p. 77-82
Gláucia da Silva Pinheiro – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Freud traz a questão do pai no centro de sua obra, como esteio de todo um percurso, e se mantém às voltas com ela até o final de sua obra.a questão do pai está na base da transmissão e para que esta se dê, é preciso ultrapassar o pai. É Lacan quem avança nesta questão e vai, com Freud, além de Freud.

Escrita: um passo na formação: p. 82-89
Lilian Freire – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

A publicação da Revista do Ato Freudiano, que dá a este ensaio seu título, abriu novas perspectivas para pensar a formação em nossa instituição. A escrita nos diz de passos dados na intensão e na extensão, formalizando um saber que se constrói ao se dar o encontro com as formações do inconsciente.

PARTE III: Pode-se constituir na psicanálise a ciência do impossível enquanto tal?

Depende da Leitura que se faz de Freud – Jacques Lacan: p. 93-102
Tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, Ato Feudiano – Juiz de Fora/MG

Jacques Lacan escreveu este texto como prefácio à obra La structure et le style, de Robert Georgin, em 1977. Este texto tem o mérito de discorrer de maneira clara sobre os elementos fundamentais de uma obra que, segundo seu autor, não tem outro propósito que o de fazer uma barragem contra o “esterco” que sempre tende a recobrir rapidamente a escrita fulgurante de Freud. Primeira tradução.

Revista n.3: 15 anos do Ato Freudiano: a escrita de um percurso (2008)

15 anos do Ato Freudiano – R$ 25,00

O Ato Freudiano, neste terceiro número, registra a escrita dos trabalhos realizados em seus diversos espaços do ano de 2007, que marcou o início do estudo sobre “A Lógica da Fantasia” e a comemoração dos 40 anos da “Proposição de 9 de outubro de 1967”. Dedica ainda uma seção aos textos referentes aos 15 anos do Ato Freudiano – Psicanálise Ensino & Transmissão, comemorados em 2008. Trata-se da maneira como o Ato Freudiano, fazendo valer a formação do analista, vem a público sustentar a indicação de Lacan sobre a relação do analista com a formação que a Escola ministra.

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PARTE I

A clínica e a aparência: p. 11-14
Paulo Becker – Analista, membro da Escola Letra Freudiana, Rio de Janeiro/RJ

O trabalho apresenta questões referentes à representação e à significação. Quando algo significa a si mesmo, ainda que tributário de uma história de representações, ganha o estatuto de um representante representativo segundo Lacan, ou de um substituto originário, como diz a crítica de arte Rosalind Krauss.

A força da pulsão: p. 15-20
Suréia Iásbeck – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este trabalho tenta abstrair, na obra de Freud, a responsabilidade do fator quantitativo. Como se delineia a idéia de uma exigência de trabalho ao anímico? A que ela tende?

A questão é a psicanálise: p. 21-26
Suréia Iásbeck – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Em 1956, Lacan, preocupado com a formação do psicanalista, escreve sobre a situação da psicanálise. É um escrito que traz a público os desvios aos quais os pós-freudiano estavam conduzindo todos os interessados.

Algumas considerações sobre a fórmula do fantasma: p. 27-32
Silvânia Marques Motta – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Constituição do sujeito e constituição do fantasma coincidem em uma mesma temporalidade, momento lógico cuja escritura se formula no matema $ a (ciframento referente às operações de alienação e separação e ao trabalho da pulsão que balizam a relação do sujeito ao objeto a), axioma fantasmático cuja frase subjacente, recoberta pelo recalque, será uma construção em análise.

Da novela familiar ao fantasma: um caminho significante: p. 33-36
Suréia Iásbeck – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Há algo de inassimilável que escapa às representações. Qual seria o trabalho de direção em uma análise se o trauma se define por seu caráter inassimilável? Freud nos revela que se trata de inscrever o trauma e nos propõe i recurso à construção.

Da rede dos significantes em Freud: p. 37-40
Tissiana Camargo de Gouvea – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este trabalho procura identificar a formulação freudiana do aparelho psíquico, presente na Carta 52 a Fliess e no capítulo VII da Interpretação dos sonhos, a sua estrutura e a sua determinação significantes, tal como apontadas por Lacan no Seminário 11.

Encontro comemorativo: 40 anos da Proposição: p. 41-46
Maria do Carmo Motta Salles – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Por que comemorar os 40 anos da Proposição? O que significa esta data para a comunidade de analistas? Esta questão só pode ser pensada na medida em que a Proposição é uma ruptura definitiva para a formação do analista e se torna viva a partir do seu lugar em cada percurso institucional (…)

Mais-um: a falta como traço: p. 47-52
Wania de Almeida Barbosa – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Se a relação analítica se estabelece entre dois, há nesta situação, contudo, apenas um sujeito em questão: o sujeito do inconsciente. O analista, sujeito suposto saber pelo paciente, aceita esta condição antecipada pela estrutura para, a partir dela, indicar que o saber em causa está em outro lugar.

O cartel e a formação do analista: p. 53-56
Maria do Carmo Motta Salles – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este trabalho pretende situar o cartel na formação dói analista, como um dispositivo inédito que, enlaçado ao nome de Freud, permite enodar a intensão com a extensão. O cartel, ao sustentar em seu eixo o significante da falta do Outro, convoca os analistas à disciplina de onde se promove a questão teórica ao isolar o que especifica o discurso analítico.

O impossível encontro entre democracia e gradus: p. 57-62
Lilian Freire – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Lacan encerra a Proposição sobre o Psicanalista da Escola, na sua segunda versão, assim: A Escola Freudiana não deveria cair no tough sem humor de um psicanalista que encontrei em minha última viagem aos E.U.A.: “Eu não atacarei jamais as formas instituídas”, disse-me ele, “porque elas me asseguram sem problemas uma rotina que constitui o meu conforto”. Com essa pequena história, fica claro que a Proposição é um texto ético e que a ética é também seu tema.

O real em Freud: p. 63-68
Norma Abrão – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

A natureza da psicanálise pressupõe sua constante reinvenção. O que fica elidido da articulação freudiana desfavorece, logicamente, também o trabalho da sua extensão. O real nela em jogo, coube ser lido por Lacan, sendo o que deu ensejo a este texto, escrito em um ano de comemorações dos cento e cinquenta anos de Freud e em que a Proposição, lançada por Lacan em outubro de 1967, chega aos seus quarenta anos.

Um comentário sobre o cartel e a função do mais-um: p. 69-74
Mayra Júnea Emídio – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

A partir da experiência, o texto formalizou questões relativas ao dispositivo do Cartel e à função do mais-um. Logo em seu início de funcionamento, o Cartel deparou-se com um impasse que levou os cartelizantes ao trabalho: qual é a importância da função do mais-um? Quais são os efeitos dessa escolha?

Um comentário sobre a transmissão da psicanálise: p. 75-80
Maria do Carmo Motta Salles – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este trabalho pretende enlaçar os dois temas percorridos em 2007, a Lógica da fantasia e os 40 anos da Proposição, a partir do real da clínica e da formação do analista, baseando-se na indicação de Lacan: “o analista deve necessariamente ir além; tornar-se responsável pelo progresso da Escola, tornar-se psicanalista da sua própria experiência”.

Uma lógica e seu tempo: p 81-84
Samira Marinho Bara – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

A experiência de uma análise comporta dois momentos iniciais articulados à lógica do inconsciente e à sua dimensão temporal.

Uma moeda com duas faces iguais: p. 85-90
Lilian Freire – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

A partir da leitura de Drácula, de Bram Stocker, fizeram-se reflexões a partir de duas afirmações de Jean-Guy Godin, a primeira diz que a obra ultrapassa o autor; a segunda, que a criação literária é obra do fantasma, como afirmou Freud. Deu-se ênfase à relação existente entre leitor e texto, buscando por uma resposta à questão “para o que acena a fantasia Drácula?

PARTE II: 15 Anos do Ato Freudiano

Abertura: p. 93-94
Wania de Almeida Barbosa – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O Ato Freudiano, após um percurso de quinze anos, num momento comemorativo por este tempo de trabalho, pode recolher os efeitos dessa experiência institucional.

A causa psicanalítica: p. 95-98
Suréia Iásbeck – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O desejo de Freud faz disparar a Causa psicanalítica que, como motor, aciona todo um arcabouço clínico e teórico. De que ordem é esta Causa? Freud ao trabalhar a causa dos atos falhos em A psicopatologia da vida cotidiana detecta que não é fácil vê-la.

A escrita e o Ato Freudiano: p 99-104
Tissiana Camargo de Gouvea – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Neste encontro comemorativo dos quinze anos do ato Freudiano, o trabalho que vou apresentar tem como ponto central o percurso da instituição no que se refere à escrita, tendo em vista o lugar desta operação na formação do analista.

Ato Freudiano: de sua história, do ensino e da transmissão: p. 105-110
Silvânia Marques Motta – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

“O que pode um analista em Juiz de Fora?” foi a pergunta inaugural a partir da qual se reuniram alguns analistas nesta cidade, que ao decidirem forjar um laço social em torno da causa psicanalítica, criaram uma instituição que presentificasse a psicanálise na comunidade, e no mundo.

Ato Freudiano: um lugar para formação: p. 111-116
Wania de Almeida Barbosa – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O significante Freud, pessoalmente e desde muito cedo, (não) foi um significante qualquer. Em torno dele sempre se colocou a possibilidade de uma aproximação em relação à psicanálise e foi exatamente a partir de um Seminário de Leitura de Freud que me dirigia, ainda sem saber, à formação e a uma instituição que traz em seu nome, como predicado, a qualidade de ser freudiana.

Comentário sobre a formação e o que dela se espera: p. 117-120
Clara Jaeger – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Estamos reunidos aqui hoje, neste Fórum comemorativo pelos quinze anos do Ato Freudiano, ara falar do que nos causa trabalho. E julgo inevitável escrever sobre a experiência da formação, afinal é disso que se trata quando pensamos no percurso desta instituição e na razão deste encontro.

Comentário sobre uma experiência institucional: p. 121-124
Lilian Freire – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Lacan fazia questão de um adjetivo: freudiano. O ato é freudiano. Ato de fundação da psicanálise e da criação de uma práxis inédita, não só de uma teoria controversa. O que Freud inventou está na contramão da padronização e da classificação; abriu uma brecha que, por mais que se tente fechar, não pode ser suturada, mesmo que muitos psicanalistas se esqueçam do que é o inconsciente e tentem transformar a psicanálise em uma prática de adaptação social.

Considerações sobre a transferência: p. 125-128
Gláucia da Silva Pinheiro – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Hoje comemoramos os quinze anos do Ato Freudiano, data, cronologicamente, muito significativa. Quinze anos inaugura o début, o início de uma nova fase, faz uma marca que põe fim à infância e instaura o adolescer.

Do ideal ao estilo: p. 129-136
Zulmira Buzan – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Proponho, nesta passagem do ideal ao estilo, mostrar a distância do mal-estar para com a causa psicanalítica na extensão em três momentos do percurso do Ato Freudiano, nestes quinze anos. O laço social que abriga os analistas do mal-estar é sustentado pelo trabalho permanente no campo da causa freudiana. Trata-se de um laço no qual política e ética específicas estão em interlocução, em função do discurso analítico, agenciadas pela causa do desejo.

O Ato Freudiano e a cidade: p. 137-140
Orris Ricardo Canedo de Almeida – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Uma data comemorativa nos leva a pensa na história do que festejamos. Mas como avaliá-la? O que ela representa para nosso campo? Para a psicanálise, a história não é simplesmente o passado, ela implica sempre uma atualização. O que conta é a reconstituição presente, a reconstrução das questões do desejo.

O Ato Freudiano e um Juiz-o de Fora – do Tempo: p. 141-146
Jorge Lossano Villaça – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Comecemos por uma questão: O QUE PODE UM ANALISTA EM JUIZ DE FORA? Qual a situação da psicanálise em Juiz de Fora? Este é um questionamento que para o Ato Freudiano deve ser sempre atual.

Os paradoxos de um desejo de saber na formação do analista: p. 147-152
Mayra Júnea Emídio – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O Ato Freudiano completa quinze anos de existência, como uma instituição de Psicanálise que tem o compromisso com a formação permanente de psicanalistas, estando aí implicado o estudo textual da obra freudiana e lacaniana, o questionamento da clínica psicanalítica e a circulação do saber, como nos mostra a Ata de fundação de 1993.

Que a experiência seja freudiana: p. 153-156
Eliane Ribeiro Guerra – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Lacan inicia sua Carta de Dissolução da Escola Freudiana de Paris da seguinte maneira: “Falo sem a menor esperança – de me fazer ouvir de forma especial”. Este é um momento comemorativo para nós, do Ato Freudiano, ao contrário da carta citada que se refere à dissolução da Escola Freudiana de Paris. Então me pergunto: por que recorrer a esta carta num momento como este?

Um comentário sobre os quinze anos do Ato Freudiano: p. 157-160
Maria do Carmo Motta Salles – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Pretendo tecer um breve comentário a partir do significante afirma-se que abre a ata de 2003: “Ato Freudiano afirma-se como um lugar de transmissão e ensino da psicanálise em Juiz de Foram ratificando seu compromisso com um projeto de trabalho para a comunidade”. Ainda no item de abertura desse documento, “afirma-se uma nova inscrição daquilo que se esboçou em 1993”.

Abertura da Sessão Clínica do Ato Freudiano – Psicanálise, Ensino e Transmissão: p. 161-163
Comissão de Cartéis: Eliane Ribeiro Guerra, Gláucia da Silva Pinheiro, Jorge Lossano Villaça e Zulmira Medeiros Nascimento Buzan.

Inauguramos hoje a Sessão Clínica do Ato Freudiano e, por que não dizer, reinauguramos o ato de Freud, já que foi sua clínica que inseriu um novo discurso na cultura. Portanto, torna-se necessário que os analistas dêem suas razões da condução de uma análise. Em cada apresentação de um caso clínico é possível dar passagem à transmissão da psicanálise e promover avanços.

Revista n.4: Circuitos do Desejo (2009)

Circuitos do Desejo – R$ 20,00

Nos circuitos do desejo, a escrita da psicanálise abre as trilhas que inscrevem o discurso freudiano no mundo. A experiência psicanalítica demonstra a incidência, a intercorrência, na experiência do sujeito, de circuitos que, funcionando em planos distintos, determinam uma dialética. Nesta dialética, algo se articula para além da demanda, deixando resíduos que traçam o que é da ordem do desejo. Entretanto, nesses circuitos, o sujeito pode se perder em impasses.

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PARTE I: CIRCUITOS DO DESEJO

A clínica e o circuito do desejo: p. 11-16
Maria do Carmo Motta Salles – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O trabalho pretende articular o ponto de transmissão da psicanálise no enodamento entre a intensão e a extensão tendo como ponto de apoio o Édipo como o complexo nuclear da neurose, tal como formulado por Freud. Busca enodar a clínica e o circuito do desejo a partir do núcleo da estrutura que é o Édipo e seu caráter ectópico, tal como salientado por Lacan na Proposição.

A escuta analítica e suas implicações éticas: p. 17-24
Evelyne Rosa – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

A escrita deste texto surge a partir de um questionamento de Freud sobre quais seriam os obstáculos colocados no caminho do psicanalista. Assim, tentamos articular os obstáculos que surgem na psicanálise em intensão e extensão. Trilhando com Freud um percurso que vá do “entusiasmo à depressão” acreditamos que talvez esta seja uma indicação ética de sustentação do desejo do analista.

A lógica da Verleugnung: p. 25-33
Crístia Rosineire Gonçalves Lopes Correa – Analista, participante do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O presente artigo discute a problemática da estrutura de ficção da verdade a partir da lógica da Verleugnung. Argumenta que a reivindicação lacaniana de que a verdade tem estrutura de ficção denuncia a vulnerabilidade da ambição lógica de eliminar a dimensão do paradoxo do campo da verdade  introduzido pela Verleugnung.

Apontamento sobre a sublimação: p. 33-42
Lilian Freire – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O objetivo do texto é trabalhar o conceito de sublimação, para estabelecer a diferença entre a obra que a sublimação produz e a obra que se produz na, pela e para a cultura. Há um questionamento clínico sobre a relação existente entre sublimação e fantasia, sobre o final de análise, permitindo-se que se situe a sublimação no registro que de fato ocupa: o pulsional.

Desejo e Realidade: p. 43-50
Zulmira de Medeiros Nascimento Buzan – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

A distinção entre realidade psíquica e realidade efetiva orienta este trabalho, ao articular desejo e realidade na gênese da constituição do sujeito e considera a estrutura da fantasia que dela advém verificada na travessia de uma análise.

Legitimidade da lógica do fantasma: p. 51-56
Orris Ricardo Canedo de Almeida – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

A partir da leitura do seminário A lógica do fantasma os elementos referentes à legitimidade desta expressão cunhada por Jacques Lacan são abordados.  Dá lógica clássica ao enfraquecimento necessário da noção de verdade inerente ao campo dos paradoxos, passando pelos registros lógicos da alienação e da repetição, o inconsciente, como aquilo que não conhece a contradição, dá o sustentáculo a esta teorização.

O desejo do analista: função essencial: p 57-64
Suréia Iásbeck – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este ensaio tenta percorrer o traçado ao ato analítico. A psicanálise em intensão aponta a palavra como única via possível: endereçada a um sujeito suposto saber, instaura o inconsciente, que só trabalha através de representações, explorando o limite do campo significante. A partir da lógica discursiva se desvela um lugar de pensamentos que orientam a verdade do sujeito. A função do desejo do analista é essencial para fazer vigorar o resto irredutível ao significante.

O ideal do eu, a máscara e o desejo: p. 65-70
Silvânia Marques Motta – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Resultante do complexo de Édipo, o Ideal do eu se produz a partir da transformação do desejo do sujeito, como ligado à mascara, cuja abertura (com o aparecimento do saber inconsciente) a psicanálise tornou possível. Afirmado ao final de uma análise, o discurso analítico viabiliza ao sujeito ter um desejo mais desprendido da máscara e estar menos atrelado ao rigor do Ideal do eu.

O que a fase pré-edípica comporta de edípico?: p. 71-78
Wania Barbosa de Almeida – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Freud, ao final de sua obra, revela e destaca a fase pré-edípica na mulher como o núcleo que remonta à origem da neurose. Tendo em vista o objeto em causa nessa fase, a mãe, pretende-se articular nesse trabalho o efeito de interdição implicado para a menina na passagem ao Édipo.

O temor na tragédia: p. 79-86
Crístia Rosineire Gonçalves Lopes Correa – Analista, participante do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O presente artigo argumenta que uma característica essencial da tragédia a despeito de seus desvios e retomadas no tempo, podemos encontrar a partir do enfoque psicanalítico que, com Jacques Lacan, reivindica que no cerne do espírito trágico se encontra a veiculação da verdade do desejo do sujeito revelado na tragédia em seu caráter puro, purificado de toda ordem imaginária (…).

Psicanálise e educação: uma interlocução possível: p. 87-94
Gláucia da Silva Pinheiro – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O texto tece considerações sobre a possível interlocução entre psicanálise e educação, a partir das contribuições que a teoria psicanalítica pode trazer à formação do educador, pensando a educação pelo viés da construção do saber e atravessado pela falta, assim como a psicanálise.

Um comentário sobre a castração em Freud: p. 95-100
Gláucia da Silva Pinheiro – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O texto traz um comentário sobre a castração em Freud, articulada ao conceito do complexo de Édipo e à importância da fase pré-edípica, onde se dá a primazia do falo, a operação estrutural da Verleugnung e o horror à castração. Esse vaivém entre desmentido e reconhecimento deixa como resto a faltam a divisão do sujeito. É esta que também estará operando na formação do analista, na “topada com o real da clínica”.

PARTE II: O CARTEL NA FORMAÇÃO DO ANALISTA

Abertura: p. 103

Se a tendência da estrutura é o fechamento das questões, já que o real conduz ao seu próprio desconhecimento e produz sua negação sistemática,  o cartel representa na formação, enquanto dispositivo-base da Escola, uma abertura na contramão da Verleugnung, sendo a função do mais-um sustentar o um-a-menos do real da falta.

A causa freudiana e o efeito turbilhão: p. 105-114
Jorge Lossano Villaça – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Revisitar os textos institucionais e extrair alguns significantes como: causa, turbilhão e dissolução, de forma a provocar discussões sobre a questão da formação, necessárias para sustentar o campo da extensão que no meu entender traduziria o campo da intensão.

Educação, Ensino e Transmissão: p. 115-122
Gláucia da Silva Pinheiro – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este texto traz a proposta de articulação entre os significantes Educação, Ensino e Transmissão, pensando a interlocução entre psicanálise e educação a partir da inscrição feita por Freud da psicanálise na série das profissões impossíveis. Tece considerações sobre a formação do psicanalista e a retomada de Lacan dos impossíveis freudianos a partir dos quatro discursos.

O furo pulsional e o além: p. 123-126
Suréia Iásbeck – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este trabalho tenta abordar como a pulsão, dispersa no capo do real, pode acionar o funcionamento anímico. A pulsão, sob o comando do significante, articula o corpo ao objeto inexistente. Que trabalho a pulsão realiza para localizar o desejo no ponto do além?

Pulsão e Transmissão da psicanálise: p. 129-134
Maria do Carmo Motta Salles – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

Este trabalho toma como ponto de partida o real em jogo na formação do analista buscando articular a pulsão com a transmissão da psicanálise. Freud nos deixa como legado a Verleugnung como um dado de estrutura, o que trará conseqüências decisivas para a clínica psicanalítica. Diante desse Real, a Escola se apresenta como um dos destinos da pulsão.

Sobre a força da pulsão: p. 135-142
Wania de Almeida Barbosa – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O fator quantitativo sempre foi situado por Freud como elemento fundamental na condução de uma análise. Ao se reconhecer a neurose como efeito de um conflito onde está em questão um jogo de forças, faz-se necessário verificar como pode entrar em consideração, na direção do tratamento, o pulsional.

Um comentário sobre a pulsão: p. 143-147
Lilian Freire – Analista, membro do Ato Freudiano, Juiz de Fora/MG

O trabalho é efeito de um percurso realizado em um cartel. Visa basicamente a colocar pontos acerca do tema, tendo como objetivo que os questionamentos não se fechem, já que a pulsão, por situar-se no registro do real, é inabordável conceitualmente.

PARTE III: JACQUES LACAN: A PSICANÁLISE REINVENTADA

Documentário Jacques Lacan: a psicanálise reinventada: p. 151-175
Transcrição e tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida.

A Oficina de Cinema do Ato Freudiano, em 2009, abriu suas atividades com a apresentação do documentário Jacques Lacan: a psicanálise reinventada, um filme de Elizabeth Kapnist, escrito por Elisabeth Roudinesco. Trata-se da apresentação da história do pensamento lacaniano desde suas origens, a partir de uma sucinta introdução à sua teoria e dos testemunhos de alguns daqueles que fizeram parte dos momentos cruciais da construção desta obra.

Revista n.5/6: Nominação Escola: Os eixos da subversão psicanalítica (2011)

Nominação Escola: Os eixos da subversão psicanalítica – R$ 35,00

Essa publicação escreve a passagem à nominação “Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora” e oferece ao leitor as coordenadas deste ato no percurso que enlaça as atas ao longo dos 18 anos de ensino e transmissão do saber psicanalítico na cidade de Juiz de Fora. Se a transmissão, enquanto tal, é intransmissível e a publicação de uma revista de psicanálise tem o objetivo de deixar marcas onde algo de transmissível possa se inscrever é porque o campo psicanalítico leva em conta o real em sua insistência de não parar de não se escrever.

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PARTE I: ATAS

Ata 1993: p 11-13

“ATO FREUDIANO – Grupo de Trabalho Intercartéis de Juiz de Fora funda-se como espaço de transmissão da Psicanálise, reafirmando, em sua proposta associativa, os princípios enunciados por Jacques Lacan.”

Ata 2003: p. 14-20

“Ato Freudiano afirma-se como um lugar de transmissão e ensino da psicanálise em Juiz de Fora, ratificando seu compromisso com um projeto de trabalho para a comunidade.”

Ata 2010: Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora p. 21-27

“Ato Freudiano – Psicanálise, Ensino e Transmissão constitui-se a partir da presente ata: Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora. Ratifica no presente documento seu compromisso com a causa freudiana, sustentando um projeto de trabalho para a comunidade de analistas, bem como para a cidade de Juiz de Fora, O que se inscreve com essa nova nominação é a reafirmação de um laço social pautado na transferência de trabalho e na sustentação do discurso analítico.”

PARTE II: NOMINAÇÃO ESCOLA E TURBILHÃO

ABERTURA: p. 31-32

A Ata de 2003, ao fazer uma escrita da experiência de cisão ocorrida na instituição em 2001, fala em “uma crítica, no a posteriori, aos impasses e hábitos resultantes dos efeitos estruturais, dos quais a comunidade analítica não está isenta”.

A Escola como efeito da causa: p. 33-38
Zulmira Buzan – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Da Escola no horizonte à nominação Escola como efeito da Causa analítica, o texto pontua um percurso neste momento de concluir.

A Escola em andamento: p. 39-42
Maria do Carmo Motta Salles – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O trabalho pretende circunscrever este momento de passagem do Ato Freudiano através dos significantes lacanianos: fracasso, atrapalhar, fraqueza circundante e perseverar. Busca articular “A Escola em andamento” com o aforismo lacaniano: “a relação sexual não para de não se escrever”.

A formação em psicanálise: de que se trata?: p. 43-48
Evelyne Rosa – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Este texto traz questões referentes à formação do analista e à Escola tomando como ponto de partida o movimento psicanalítico institucional antes e depois de Lacan.

Comissão de Cartéis: funções e impasses: p. 49-56
Lilian Freire – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A questão que se apresenta é sobre o funcionamento dos cartéis, da escola e das comissões que a constituem, bem como considerações e questionamentos acerca da função mais-um.

Conselho Editorial e Escola: p. 57-60

Conselho Editorial: Clara Jaeger, Gláucia da Silva Pinheiro, Orris Ricardo Canedo de Almeida, Suréia Iásbeck, Wania de Almeida Barbosa, Zulmira de Medeiros N. Buzan – Psicanalistas, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Partimos do seguinte há relação do Conselho Editorial com a Escola. E desta afirmação extrai-se que o Conselho Editorial da comunidade de analistas não é um conselho comum.

D´escola e Dis-solução: p. 61-64
Jorge Lossano Villaça – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Comentário sobre o movimento em turbilhão na passagem do Ato Freudiano à Escola.

Escola e saber: p. 65-68
Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Uma escola de psicanálise situa-se em relação aos paradoxos descobertos pela experiência do inconsciente. O saber dos psicanalistas em sua natureza subversiva, sustenta um laço de trabalho por onde estes paradoxos são a razão de uma elaboração que convocará à re-invenção.

Formação e funcionamento institucional: p. 69-74
Gláucia da Silva Pinheiro – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O texto traz questões sobre o funcionamento institucional e o lugar do membro na sustentação da formação do analista na Escola. Trata-se de um relato da experiência do trabalho institucional.

No Trabalho, transferência: p. 75-80
Wania de Almeida Barbosa – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Tentativa de situar a transferência de trabalho como fundamental à Escola e como elemento pivô na passagem a membro.

Os efeitos de um trabalho em turbilhão: p. 81-84
Clara Jaeger – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O funcionamento de um trabalho em turbilhão na Escola nos move e gera efeitos de desalojamento, convocando um comprometimento maior por parte dos membros, para com sua formação e para o andamento da Escola.

Sobre o poder na análise: intensão e extensão: p. 85-89
Tissiana Camargo de Gouvea – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A ética da psicanálise impõe a renúncia ao falo, atravessar o que vela a castração, para assumir-se em sua falta-a-ser, ponto a partir do qual o analista ocupará sua função de objeto causa de desejo.

PARTE III: EIXOS DA SUBVERSÃO PSICANALÍTICA

A inconsistência do Outro: p. 93-100
Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A questão da inconsistência do Outro, a partir da noção do inconsciente como um saber falho, toma uma precisão inédita a partir da leitura de Blaise Pascal. Estas considerações sustentam-se em um projeto fundamentado não em uma paixão pela verdade, mas na eficácia da causa.

A invenção freudiana: p. 101-108
Gláucia da Silva Pinheiro – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O texto traz breves articulações sobre a invenção freudiana e sua incidência na cultura, apontando tal invenção como fundadora de discursividade.

A subversão psicanalítica: p. 109-112
Suréia Iásbeck – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Ao implicar o sujeito em sua própria história, Freud subverte os conceitos de saber e verdade que a filosofia propõe. E Lacan relança essa subversão na dialética do desejo.

De Freud a Lacan: o que se transmite? : p. 113-120
Lilian Freire – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A visitação ao percurso de Freud na fundação da psicanálise, abre espaço para pensarmos os impasses que pode se colocar na tarefa de fazer avançar este campo. A transferência de amor deve ceder à transferência de trabalho, via possível para que o sujeito na extensão possa autorizar-se e lançar-se à invenção.

Do lado do analisante, o sujeito suporto saber: p. 121-126
Patrícia Fontana – Psicanalista, participante do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

É da trama do discurso do analisante que advém o enigma a ser desvendado no trabalho de análise. Freud nos enunciou isso desde os primórdios da Psicanálise. A partir da escuta precisa de suas pacientes, ele pode trilhar o caminho, por elas indicado, de acesso ao inconsciente.

Extratos de Leitura: p. 127-130
Lilian Freire – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A partir da leitura integral do texto “A Interpretação dos Sonhos”, recomendação primeira de Lacan como retorno ao texto freudiano, verificou-se as bases sobre as quais se assentou a fundação da psicanálise como campo, onde a práxis clínica e sua formalização em um escrito respondem pelo avanço e pala re-invenção.

Histeria: gozo e discurso: p. 131-136
Silvânia Marques Motta – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A histeria é estrutura de linguagem, visto que sua fonte é extraída do simbólico, denunciando o que indica a problemática do gozo histérico: a conversão faz falar a histeria através do real do corpo.

Introdução às questões da psicose: p. 137-144
Zulmira de M. N. Buzan – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O trabalho evidencia a diferença estrutural entre a neurose e a psicose precisadas por Lacan no seminário 3, destacando algumas indicações para o analista se haver na condução do tratamento da psicose.

O discurso do analista e a estrutura de linguagem: p. 145-152
Maria do Carmo Motta Salles – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A proposta deste trabalho é fazer um caminho sobre a função do discurso do analista na estrutura de linguagem, partindo da formulação do discurso do mestre e dos giros discursivos propostos por Lacan.

O que sustenta o fazer-se Escola?: p. 153-156
Suréia Iásbeck – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A estrutura do discurso é que mantém viva a psicanálise. O elemento de impossibilidade que estrutura todo o tratamento se desdobram ou melhor, faz enlace da intensão com a extensão.

Re-invenção e transmissão: p. 157-162
Eliane Ribeiro Guerra – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A nomeação Escola é um passo que deve advir de um ato que exige trabalhadores decididos. Tendo por base textos de membros do Ato Freudiano, este trabalho pretende verificar, nessas escritas, uma passagem que justifica esta nomeação.

Uma garantia possível: p. 163-168
Wania de Almeida Barbosa – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Pretende-se, diante da especificidade do funcionamento inconsciente, considerar a questão da garantia no campo da psicanálise, e, tomando por referência o cartel e o passe, interroga-se como efetivá-la na extensão.

PARTE IV: CONFERÊNCIA DE LACAN EM LONDRES

Conferência de Lacan em Londres: p. 171-181
Tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, membro do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A presença inicial de Jacques Lacan no mundo Anglo-saxão não se deu da maneira tradicional. Como nos informa a psicanalista inglesa Juliet Mitchel, os significantes lacanianos serviram de início para fins políticos, especialmente junto aos grupos de esquerda e para o movimento de emancipação feminista. (…)

Revista n.7: O Campo Lacaniano (2012)

O Campo Lacaniano – R$ 35,00

No fundamento do “Campo Lacaniano”, está o conceito de inconsciente constituído e cernido pelos resíduos da linguagem. O “Campo Lacaniano” é o do gozo, é o campo da subversão do sujeito, dado que dessubstancializa e desnaturaliza o humano pelo fato de  ser falante e, desde o início, estar separado de toda a cosmologia humana. O sujeito subvertido pela pulsão por restos de voz e do olhar é feito e efeito da linguagem. Com este campo do gozo, nos perguntamos pela pulsão de morte, repetição, desprazer, masoquismo originário, e também pelo desejo como causa da divisão do sujeito.

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PARTE I: O GOZO

A letra da obra de Freud: p. 11-16
Zulmira Buzan – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A verdade como estrutura de ficção se encontra na essência da linguagem e seu status de semidizer se dá como um clarão indicando ao mesmo tempo algo que estava encoberto. A análise de Lacan do “Mais além do Complexo de Édipo” conduz a uma escrita daquilo que escapa por justamente captar algo do real.

Anotações sobre o 3 e o 4 do nó borromeano: p. 17-26
Maria Augusta Friche – Psicanalista, membro do Aleph, Escola de Psicanálise –  Belo Horizonte

O trabalho é um estudo sobre a formalização de Lacan sobre o nó borromeano. Propõe questões iniciais sobre a topologia dos nós em sua amarração de três elos – a estrutura do sujeito – , e a passagem ao quarto nó como sinthome.

Chiste e Pulsão: p. 27-34
Wania de Almeida Barbosa – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Pretende-se considerar se há, no chiste, a partir de uma breve analogia com as demais formações do inconsciente, uma modalidade particular de satisfação pulsional.

Falar aos muros: o estatuto da transmissão na psicanálise: p. 35-42
Crístia Rosineiri Gonçalves Lopes Correa – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O presente artigo discute a transmissão na abordagem psicanalítica. Interroga acerca das afirmações de Lacan de que ele fala aos muros e da propriedade de repercussão do que se envia a esses muros. Argumenta que, nessa questão, são de fundamental importância as conseqüências que podemos extrair do texto freudiano Moisés e o Monoteísmo.

Masoquismo – um enigma para o analista: p. 43-54
Jorge Lossano Villaça – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O trabalho pretende articular o masoquismo freudiano e o gozo lacaniano à prática clínica após uma revisita aos textos freudianos de 1919, 1920 e 1924.

O Campo Lacaniano: p. 55-60
Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O Campo Lacaniano é um dos nomes da aposta na permanência da prática psicanalítica no mundo. Partindo de um retorno ao dizer inaugural de Freud, o passo de Jacques Lacan possibilita formulações que dão as bases desta perspectiva. O conceito de gozo, como o elemento central da economia subjetiva,m sustenta a lógica desta aposta.

Psicose e Inibição: p. 61-66
Crístia Rosineiri Gonçalves Lopes Correa – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O presente artigo pergunta pela legitimidade da noção de inibição na psicose. Argumenta que, se de um lado podemos verificar uma inibição profunda, um estado de prostração típico do doente melancólico, paralisação que pode chegar às raias da catatonia e passagens ao ato, de outro lado não podemos rigorosamente falar de uma vivência estrutural da inibição íntima do recalque e própria do tempo para compreender.

PARTE II: ESCOLA EM ANDAMENTO

Abertura do núcleo de investigação de topologia: p. 69-74
Comissão de Cartéis: Clara Jaeger, Maria do Carmo Motta Salles, Silvânia Marques Motta – Psicanalistas, membros do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Lacan procurou traçar a especificidade da topologia e de seu uso para uma leitura do campo de linguagem na determinação do ser falante. Chegou ao nó borromeano após uma longa experiência como analista, ao constatar que o real é refratário a qualquer sentido. Lacan faz um chamado a que cada analista possa pensar sobre seu lugar e função, e assim contribuir para o avanço do legado freudiano. Aposta que a psicanálise não desmoronará como uma língua morta.

Da natureza de uma Escola em Juiz de Fora: 75-82
Lilian Freire – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Os significantes “freudiano” e “lacaniano” são colocados em foco como efeito da reflexão acerca do lugar que a escola ocupa na cidade que a acolhe e que interlocução pode se dar nesta comunidade. Não se perde de vista, no entanto, que a causa psicanalítica está para além e que é preciso investir e insistir na formação de laços sociais com outras instituições e campos de saber.

O mal-estar na formação do analista: p. 82-86
Silvânia Marques Motta – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A Escola protege do mal-estar na civilização, mas essa não pode constituir abrigo. A angústia de castração, suscitada pela circulação do discurso do analista nesse lugar, coloca em campo o real na formação. Um analista é aquele que pode dar um contorno ao mal-estar à sua maneira, é o inventar como, que diz do estilo. Ele foi do mal-estar ao entusiasmo, esse é o chamado passo-a-mais que se impõe ao analista.

Ocupa-se o lugar aonde um ato o empurra: p. 87-92
Wania de Almeida Barbosa – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Quais os efeitos da nominação Escola? Há incidências dessa nominação sobre a comunidade de analistas e na cultura?

O Passe: um dizer “sem coração, mas não sem foie/foi?”: p. 92-100
Maria do Carmo Motta Salles – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O trabalho pretende abordar a função de cada um dos termos que compõem a estrutura do passe, tendo como eixo o fracasso como o dado estrutural por excelência na sustentação da transmissão da psicanálise.

Sessão Clínica e desejo do analista: O que se extrai como saber?: p. 101-108
Comissão de clínica: Evelyne Rosa, Mayra Júnea Emídio, Tissiana Camargo de Gouvea, Wania de Almeida Barbosa – Psicanalistas, membros do Ato Freudiano – Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Tomando como ponto de partida a experiência institucional, este trabalho pretende situar a Sessão Clínica como necessária à Escola, já que, ao referir-se ao posicionamento do analista na direção da cura e convocar a um questionamento do Sujeito suposto Saber, constitui um lugar de verificação do desejo do analista.

PARTE III: PRÁTICAS DA LETRA

Do acontecimento ao texto: um efeito da narração: 111-116
Lilian Freire – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Uma abertura se dá a partir de uma convocação que advém do próprio sujeito que se põe a narrarm produzindo efeitos de abertura e criação. Pode-se apreendê-los em todos os espaços onde o sujeito ase decide a fazê-lo: seja como produção no cinema, na literatura ou na análise, resulta na formação de um novo laço social.

Duas ou três coisas que eu sei disso: p. 117-122
Clara Jaeger – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Este trabalho procura tratar de questões que surgiram a partir da experiência na Oficina de Cinema do Ato Freudiano, relacionadas a alguns conceitos teóricos do cinema e da psicanálise.

Formação da questão na questão da formação: escrever e reler, ler: p. 123-129
Ulisses Belleigolli – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

A pretensão deste trabalho é trazer à baila a importância da sustentação de uma questão na formação do analista, apostando na leitura, na releitura e na escrita como possíveis vias para tal.

PARTE IV: INTERSEÇÕES

A sustentação do enigma na construção do saber: p. 133-140
Gláucia da Silva Pinheiro – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

O saber inconsciente se constrói ao sustentar a dimensão do enigma. O saber sobre o sexual traz como enigma, para o sujeito, questões sobre a origem, a sexualidade e a diferença sexual, com a interrogação primeira “de onde vêm os bebês?”

PARTE V: TRADUÇÃO

As “novas patologias” não renovam a clínica psicanalítica. Erik Porge: p. 143-152
Tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Não pode haver crise da psicanálise. Jacques Lacan: p 153-162
Tradução: Orris Ricardo Canedo de Almeida – Psicanalista, membro do Ato Freudiano Escola de Psicanálise de Juiz de Fora

Revista n.8: Traduções (2020)

Traduções – R$ 45,00

A respeito da teorização dos efeitos obtidos na experiência psicanalítica, o Real na formação do analista força uma formalização que implica, entre a leitura e a escrita, “traduzir” o real da Letra. Isso vale tanto para o escrito em nome próprio, quanto para a tradução do texto de um outro, que não pode ser feita sem traí-lo de certa maneira, colocando algo de seu.  A invenção aí presente perpassa esses uns analistas tradutores, no contexto da comunidade de trabalho.  

O Ato Freudiano, ao longo de suas publicações, sempre trouxe traduções de textos importantes para o nosso campo e fundamentais no percurso da formação, partindo do seu estilo, de uma direção de ensino e transmissão, e que ora republicamos.

Trazemos também a transcrição de algumas traduções endereçadas ao Seminário de Biblioteca, espaço de suma importância pela interlocução que se propõe entre a Psicanálise e o contemporâneo, e pelo que se pode irradiar a partir daí na cultura, quando no movimento moebiano entre intensão e extensão, a Escola reafirma sua função de sustentação do discurso analítico.

Esta revista intitulada Traduções n.8 (2020) é dedicada ao trabalho de tradução realizado por membros do Ato Freudiano, a fim de dar um lugar acessível aos textos e trazê-los a público, fazendo circular, assim, as publicações da Escola.